sábado, 26 de março de 2011

Poemas da Francisca

Menina dos 5 olhos

A bisavó do Zé Tó
Que já é muito velhinha
Disse no outro dia a serão
Que quando era pequenina
Na escola onde ela andava
Com bibe branco de folhos
Todos tremiam de medo
Da menina dos 5 olhos
- Com 5 olhos, vovó?
Que monstro devia ser!
- Não era gente, Zé Tó
Era um pau para bater
Se não sabia a lição
Se errava na tabuada
Lá vinha a dita menina
Para dar palmatoada!
- Bateram-te? Coitadinha!
Disse a chorar Zé Tó
- Que escola má era essa!
E beijou as mãos da avó.




Que hora são?

- Que horas são, dona Inês?
- São 3.
- Que horas são, menina Odete?
- São sete.
- Que horas são, ó senhor Soito?
- São 8.
- Que horas são, vizinha Andreia?
- 10 e meia.
- Que horas são, tia Maria?
- Meio-dia.
- Que horas são, ó avô Marto?
- 11 e um quarto.
- Que horas são, prima Flora?
- Meia-noite e meia hora.
- Que horas são, Isabelina?
- É uma hora certinha!
- Quem horas são, querido neto?
- Sei lá! Sou analfabeto!
- Que horas tens tu, ó Joca?
- O relógio já não toca.
- Diz-me as horas, o Dodô.
- Não sei, porque o relógio parou.
- Cansado de trabalhar
Tive mesmo de parar
Estou farto de responder
Tenho fome, quero comer!
Falta-me corda, ora essa!
- Já tens corda, refilão!
- Já tens força, comilão!

Francisca Fonseca

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