quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Vampiros ou nem por isso

Valentim escreve no seu diário o que aconteceu nos últimos dois anos. Há dois anos Valentim e a família regressavam de Vivalma para o Porto mas, o carro despistou-se numa curva e a família Perestrelo morreu (Valentim, irmã Inês “Dentinho”, pai, mãe e avô).
Foram sepultados no cemitério de Vivalma e, na noite seguinte, foram acordando um a um para uma vida nova, uma vida de vampiros “nem por isso”.
Os vampiros “nem por isso” não suportam os raios solares e também não suportam o cheiro do alho, mas não têm dentes crescidos nem aversão a cruxifixos nem água benta. Também não dormem em caixões nem bebem sangue. O prato favorito são chouriços de sangue, mas também comem bifes mal passados e arroz de cabidela.
Como estavam cheios de fome voltaram para a antiga casa de campo em Vivalma, para a mãe preparar uns deliciosos chouriços de sangue acabados de fazer. Mas foram para as águas furtadas para não dar nas vistas.
A casa estava à venda mas não se vendia porque diziam que viviam lá fantasmas! O que é certo é que quando decidiram passear, assustaram toda a gente, quando olhavam ao espelho não estava lá ninguém, e também não cresciam, o tempo passava-lhes ao lado…
Uma noite, quando estavam acordados, apareceu o tio Basílio com um homem que queria comprar a casa. Foram para a sala de jantar.
Como a família de vampiros “nem por isso” queriam ver o que se passava e ouvir a conversa, esconderam-se atrás de uma grande fotografia da família que havia na sala. A Dentinho fizera dois buracos no sítio dos olhos dela, com um berbequim, e assim podiam observar o que se passava.
O tio Basílio (um Perestelo desnaturado que só pensava em dinheiro) pôs um contrato à frente do homem de casaco azul para ele assinar mas, começaram a ouvir-se ruídos estranhos. A Dentinho falou e a fotografia de família caiu.
O homem, assustado saiu a correr. O tio Basílio ainda falou no contrato mas o homem de casaco azul respondeu “amanhã estão cá os homens”…
A família ficou a noite toda a pensar naquilo e de manhã cedo foram acordados por um barulho muito grande: Máquinas que vinham demolir a casa!
O pai gritou, mexam-se, temos que sair daqui depressa! Desataram a correr e foram-se esconder no local mais próximo: a Igreja!
(Continua no próximo livro…)

AFONSO REIS 4484 - 4º C







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